Culto de Ifá

Culto de IFá

O Culto de Ifá é oriundo das Religiões tradicionais africanas, ligado ao Orishá Orunmilá-Ifá da religião Yorubá. Com a ida destas culturas para Brasil e Caribe, nos períodos do tráfico negreiro, alguns sacerdotes (chamados babalawos (yoruba) e Bokono (ewe/fon).) foram levados para estes países, estando ligados às religiões Candomblé (Brasil) e Santeria através da Regla de Ocha (Cuba).

O culto de Ifá é um sistema divinatório, empregado antes na África e hoje nos países para onde foi disseminado para decisões de cunho religioso ou social. Utilizam três técnicas diferentes (Opelê, Ikins e Merindilogun), que têm em comum os Odú-Ifá e Odús-Osha, os signos.

As mulheres também podem ser iniciadas no culto, quando passam a ser chamadas Apetebis (esposas de Orunmilá), mas os sacerdotes – Babalawós – sempre são homens heterossexuais, sendo vedado às Apetebis jogar Opelé ou Ikins. O Merindilogun é o jogo dos OBÁS ORIATÉS, das IYALORISHÁS e BABALORISHÁS.

O Culto de Ifá tem um rígido e complexo sistema de conduta moral relativo a seus adeptos, expresso no Odu Ika fun, onde surgem os dezesseis mandamentos de Ifá.


Quem é Orunmilá ou Orula?

Orunmila ou Orula (apelido dado a ele na América Latina) é o Orishá da adivinhação, o oráculo supremo. É o grande benfeitor da humanidade e seu principal conselheiro. Ele revela o futuro através dos segredos de Ifá. É também um grande curador e quem ignora seus conselhos pode sofrer as consequências do que poderá acontecer, pois Orula sabe o destino de todos.

Orula representa a sabedoria, a inteligência, a malícia e a astúcia que sobrepõem o mal. Quando Olófin criou o Mundo, Orula estava ali como testemunha. É por isso que ele conhece o destino de tudo o que existe. É por isso que lhe chamam de eleri-ipin ibikeji Olodumare (Testemunha de toda a criação de Olodumare).

“Orula elerí ipín
Iré keji Olodumare Onatumo agbedebeyo
Alapa siyan iwi Oduduwa
Aché ishe miní, Orula somo somo
Orula Iboru, Orula Iboyá, Orula Ibosheshé”

Orula é o primeiro profeta da religião Yorubá enviado por Olófin para fiscalizar os nascimentos, a vida e o desenvolvimento dos seres humanos e outras espécies. Adivinho e dono dos Oráculos por excelência e interpretador de Ifá. Esteve na terra como profeta com os 16 ancestrais celestiais (Os Meyis de Ifá), entre o ano 2000 e 4000 AC. Seu culto provém de Ilé Ifé e seu nome provém do Yorubá Òrúnmìlà (“Só o céu conhece quem se salvará”) .

Personifica a sabedoria e a possibilidade de influir sobre o destino. Quem não acata os conselhos de Orula, sejam homens ou Orishás, podem ser vítimas dos Osogbos que possam estar em seus destinos. Inseparável amigo de Shangó, quem lhe proporcionou com permissão de Olófin o dom da adivinhação e de Eshú, seu fiel aliado. Orula forma uma importante trindade com Olófin e Oduduwá . Só aqueles elegidos por ele podem entrar em seu culto através de “a mão de Orunmilá” (Awó Fakan) para os homens e Iko Fá Fun para a mulheres que são consideradas mulheres de Orunmilá e recebem o nome de Apetebi, sendo essa a maior e mais importante consagração que uma mulher recebe no culto de Orula. No caso dos homens podem chegar a ser, se assim Orula decidir, sacerdotes e receberão o nome de Babalawos.

Orula tem o conhecimento das coisas secretas do ser humano e da natureza, assim como o conhecimento acumulado sobre a história da humanidade. No plano humano representa a espiritualidade de todos os Awós ni Orunmilá que já morreram. É o Orishá detentor e intérprete dos Odús do oráculo de Ifá. Não se assenta na cabeça e só se comunica através de seu oráculo (Opelé ou Ikins). Goza do privilégio de conhecer o princípio e origem de todas as coisas, incluindo os Oshas e Orishás. Permite que o homem conheça seu futuro e influa sobre ele. Está muito relacionado com Eshú e Osun ou Ozun (Não é Oshún é um outro Orishá).

Orula está presente no momento em que o espírito vai encarnar em um indivíduo e está elegendo seu destino. Representa a segurança, o apoio e o conselho ante a insegurança da vida. Com sua ajuda tudo é possível. Seus sacerdotes poderão ser os melhores líderes, os mais místicos e mais sábios. Eshú é o seu ajudante. O sacerdócio do Orishá Orula existe no mesmo conceito em que pode existir o sacerdócio a outros Oshas e Orishás com a diferença de que babalawo é um título exclusivo para homens e esses não entram em transe. As mulheres podem chegar a consagração de Ikofá Fun ni Orunmilá e tem o privilégio de serem escutadas com maior “atenção” do que os homens, pois as mulheres iniciadas se tornam Apetebis, ou seja, mulheres ou esposas de Orunmilá as quais ele trata com muito carinho. Seus sacerdotes não entram em transe e não podem tirar caracóis (Meridilogun ou Búzios), somente Opelés e Ikins.

Suas cores são o verde e o amarelo. Saúda-se: Orula Iboru Orula Iboya Orula Iboshishe!

Quando Oduduwa concluiu a criação do primeiro homem, Olófin convocou a todos os Orishás para que estivessem presentes na cerimônia de dar-lhe o sopro vital. Todos se ajoelharam e inclinaram a cabeça naquele momento sagrado, mas só Orunmilá, o qual Olófin tomou como ajudante por sua reputada seriedade e sabedoria, pode ver como Olófin punha o Eledá (Orishá de cabeça) no Orí dos humanos.

Terminada a cerimônia celebraram o acontecimento, então Olófin disse: Só Orunmilá foi testemunha da ação que realizei, por isso quando o homem quiser conhecer o seu Eledá, Orunmilá será o único que poderá comunicá-lo”.

Orunmilá Iboru Orunmilá Iboya Orunmilá Iboshishe!

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Autor Portal Afroxé

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